sábado, 5 de setembro de 2009

A Montanha Russa...chamada "VIDA"!

Quantas mudanças...experiências, lições de vida...

Londres está a puxar, a exigir de mim mais e mais...nunca me considerei uma pessoa muito aventureira, mas a verdade é que tinha medo de não ser capaz...

Tinha medo de tantas coisas, continuo a ter de algumas...

Uma coisa é certa, não tenho medo de ser diferente, não receio estar fora dos parâmetros que nos aplicam durante a infância...quando cresceres vais ser assim, fazer aquilo, ser quadrada e não vais ver um palmo à frente do nariz...todas as portas, possibilidades e experiências que estão à tua espera.

Faço o quero, como quero, quando quero...tenho todo o meu tempo para mim...não me considero uma pessoa solitária ou egocêntrica, só não tenho paciência para perder tempo...

Faltam coisas, faltam sempre...nunca estamos totalmente satisfeitas, mas ainda não chegou o momento para certas coisas...

Estou muito contente com o meu blog sobre Londres, é um projecto pessoal...que me ajuda a observar, a reparar nos detalhes de tudo o que se passa à minha volta...tenho milhões de ideias na minha cabeça, está activa sempre a trabalhar...

Neste momento, tou preocupada, como sempre com uma montanha de coisas...stress, pressão, nervos, muitas horas sozinha a bater na mesma tecla...já sei que se não está tudo bem, é porque provavelmente ainda não é o fim...porque no final fica sempre tudo O.K.

Relax...

Cat

sábado, 8 de agosto de 2009

Tenho um buraco no peito...

Quando me sinto triste e não tenho com quem falar...a solução é escrever...

Mas neste momento, não tenho sequer palavras para dor que sinto...

Já chorei, mas ainda não chorei o suficiente...

Vou lembrar-me da cataplana queimada, de ser pequena e ir para a tua casa, de cantar e dançar com o Tiago na lareira da sala, de todos os bons momentos, de muitas coisas, não era suposto ser assim...não quero que o tempo passe, vou ter saudades...já tenho saudades de tantas coisas, ainda não consigo acreditar...

O tempo passa, as coisas mudam tanto em tão pouco tempo...e é tão difícil...

Por mais que custe, pelo menos já não sofres...lamento, não posso despedir-me amanhã, porque tou longe...mas estou a pensar em ti e em todos os que ficaram e estão a sofrer.

Há momentos em que é muito difícil estar longe.

Cat

terça-feira, 28 de julho de 2009

Thoughts

My adventure here at Madrid is getting to it's end.

Almost all my things are packed, I'm trying to take with me as few as posible...

I'm ready to go, but a part of me feels like falling apart because there's pieces of me everywhere, that's alright actually...one has to learn to live with little...

I'm scared, I'm excited, I'm curious...I'm overwhelmed with this big city I'm going to...

I'm so happy, because I'm going to be able to practice my english accent...it's going to be so cool!

Coming to Madrid was a really important step to me, I learned a lot about myself.

I feel blessed everyday, for I got really good friends and dreams...so many possibilities and things to learn and see yet...

Wooooooooooo hoooooo I'm ready to do this!

Cat =)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

21 de Julho de 2009


O meu mano ligou-me esta manhã, disse-me que tinha falado com a minha mãe e que ela parecia pouco animada.
Fiquei com o bicho atrás da orelha...telefonei à minha mãe, lá a consegui pôr a falar...tá farta, são os mesmos problemas de sempre, não matam mas moem, o meu pai...não mantém um trabalho, não ganha dinheiro, só pensa em comer, beber e dormir...não quer saber de mais nada, não liga nenhuma a nada, praticamente não liga sequer aos filhos...não se quer tratar do problema da bebida, não tem juízo com a própria saúde, não se lhe pode dizer nada...porque ameaça que se mata, eu evito zangar-me e culpo-me porque sinto que não tenho coragem para enfrentar o problema, sinto que ando a fugir dele, do problema...sinto-me tão triste por ver uma pessoa que adoro a desperdiçar a saúde, a vida que tem...porque simplesmente deixou que a chama da vida se apagasse, parou no tempo....e depois temos o padrinho do meu irmão uma pessoa, que era tão forte e está tão alterada por causa de um cancro...que tem tanta vontade de viver...não entendo?!...

O meu pai não tem grandes razões de queixa de nenhum de nós...e eu pergunto-me onde é que falhámos? Onde é que a minha mãe falhou?...lá acabamos as duas a chorar ao telefone, porque ainda por cima anda preocupada comigo porque eu ando nervosa com isto de ir para Londres.....ahhhhhhhh vai correr tudo bem disse eu, corre sempre tudo bem, mas já sabes como eu sou enervo-me, penso mil vezes em tantas coisas que acabo por me atrofiar toda...

Á pouco comprei o bilhete de ida, é uma cena bué definitiva...é um bilhete de IDA, entretanto dei-me conta que tenho de ser totalmente doida, já ando há uma semana a fazer as malas, já esperava isto mesmo antes de saber a resposta do trabalho, acho que já esperava isto...pensei e desejei isto durante tanto tempo...que acabou por acontecer...ou já tava previsto?

Que confusão... tou assustada, excitada tudo ao mesmo tempo, tou triste e tou revoltada pela minha mãe, por todas as coisas que correm ao contrário do que seria suposto, mas no que fim aconteceram exactamente da maneira que parecia suposto acontecerem?! Será que é compreensível isto...

Okay...tou aqui um bocado baralhada agora mesmo...céus...

Entretanto tenho uma coisa boa e linda...temos uma coisa boa e linda é o Brownie...é lindo!

Cat

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Os amigos são pequenas estrelas, que brilham no céu.

Há dias em que são cometas capazes que de nos fazer mexer e andar para a frente.

Noutros, são dias de céu azul com pequenas manchas brancas, nesses dias não são precisas palavras para descrever, explicar ou entender nada...

São luzes, portos de abrigo, são furacões capazes de dar a volta ao mundo só para dar uma mãozinha.

Estão sempre comigo, em pensamento e no meu coração.

Basta um telefonema, ou vários emails...

Tenho muita sorte.

Este post é para as Filipas da minha vida!

Obrigado. =)

Cat

terça-feira, 7 de julho de 2009

Apenas um texto que me emocionou hoje :)

Isto não é a minha história e sinceramente espero que nunca venha a sê-lo. Rezo todos os dias por isso, para que nunca chegue a este extremo. Se este ano de espera já me consome emocionalmente e me leva às lágrimas e a profundos sentimentos de culpa...bem imagino o que será viver isto...mas foi um testemunho que li no site da Associação Portuguesa de Fertilidade que me emocionou muitíssimo.

Escrito por Hope em 19-10-2007

Quando casei em Setembro do ano 2000 estava decidida a ficar grávida assim que a natureza quisesse. Mal regressei da lua-de-mel deixei de tomar a pílula com a firme convicção que comigo era "tiro e queda". O grande sonho da minha vida sempre foi o de ser Mãe e de preferência de cinco! Ao fim de três meses sem qualquer contracepção já chorava quando que me vinha o período. Decidi então marcar uma consulta para o ginecologista que me seguia na época. Fiz as análises da praxe, o meu marido o primeiro de muitos espermogramas. Fomos aconselhados a "treinar" (palavra odiosa...) porque ainda era muito cedo para exames mais detalhados. Foi a primeira fase difícil na minha luta contra a infertilidade, a época em que comprava testes e mais testes de gravidez, a época de contar os dias, as horas, de devorar calendários e de chorar, sempre desalmadamente, a cada tracinho que não aparecia, a cada caixa de pensos higiénicos que comprava, sempre no próprio dia para não dar azar... Passaram sete meses desde a consulta, o que para mim já era tempo demais. Marquei nova consulta e disse ao médico que queria fazer os tais exames mais detalhados. Eu já tinha 29 anos e o meu marido 37. Achava que estava a lutar contra o tempo. Tive sorte! O médico deu-me ouvidos e encaminhou-me logo para o Prof. Alberto Barros, no Porto. Se eu queria fazer exames então que os fizesse no sítio certo.
Nunca me esquecerei do dia em que conheci o Professor. Se fechar os olhos ainda consigo sentir o calor da mão que apertei, o carinho, a compreensão, o brilho do olhar, a calma, a confiança, a intensidade do perfume inconfundível a que é fiel. Lembro-me das palavras, dos conceitos, das explicações. Sobretudo, consigo recordar a enorme esperança que nos transmitiu e que se renovava a cada encontro, a cada sorriso, a cada olhar. Quando posteriormente conheci a equipa, médicos, biólogos, enfermeiras, recepcionistas, que trabalha na clínica, senti que a esperança se renovava em cada um deles. Iniciei então a saga das análises, histerosalpingografia, histeroscopia, cariótipos, espermogramas, ecografias e ao fim de 2 meses fiz a primeira estimulação. Como não havia qualquer impedimento à gravidez (ambos somos férteis) subimos a pulso todos os estádios da PMA. Em apenas dez meses submeti-me a quatro estimulações e três IA, sem sucesso. Fazíamos parte daquela pequena percentagem de casais que sofrem de infertilidade inexplicada. O próximo passo seria a FIV.
Aqui as expectativas foram novamente elevadas. Como não havia qualquer explicação para a nossa infertilidade acreditei que na FIV eu ia engravidar DE CERTEZA! Não foi assim. A FIV correu mal. Por qualquer motivo que mais uma vez ultrapassava o conhecimento científico possível (não é permitida a experimentação em casos clínicos), os espermatozóides não conseguiram fecundar o ovócito ou foi este que não se deixou fecundar, não sabemos, e foi feita uma ICSI de emergência. Resultaram três embriões, fraquinhos, transferidos ao terceiro dia. Avisaram-nos logo que uma gravidez seria pouco provável. No dia em que menstruei não tive qualquer reacção. Já sabia que o nosso sonho ia ser adiado, mas por pouco tempo. Três meses depois já estava a preparar-me para a primeira ICSI completa, que correu lindamente e resultou no meu primeiro positivo. No dia da BHCG já tinha algumas perdas de sangue que podiam, no entanto, ser normais. Com o resultado na mão telefonei ao meu marido, fui ter com ele e disse-lhe que ia ser Pai. Assim, sem mais nem menos: Vais ser Pai! E ele abraçou-me como se lhe tivesse dado a Lua de presente.
Não foi, não aconteceu assim. E então eu desesperei. Zanguei-me com o mundo, zanguei-me com Deus. Baixei os braços e olhei à minha volta: Era o deserto. Na minha luta contra este monstro invisível eu tinha-me esquecido de tudo o resto. Tinha esquecido os amigos, tinha negligenciado o trabalho, mas acima de tudo tinha-me esquecido de mim. Tive que reaprender a olhar à minha volta e não apenas para o meu umbigo. Foi a segunda fase difícil que passei. Nunca estive tão perto de desistir como então. Estive oito meses a recuperar forças, a reconstruir laços, a lamber as feridas, as minhas e as dos outros. Voltei a sair, a divertir-me, a beber um copo de vinho se me apetecesse, a viajar sem adiamentos. Deixei de adiar o que quer que fosse por causa dos tratamentos. Estes é que tinham que esperar se fosse preciso! Dei a volta por cima e voltei a ser eu a dona do meu nariz.
Quando decidi que estava pronta, avancei, sem medos e com os pés bem assentes na terra. Eu tinha um sonho grande e difícil de alcançar. Desistir de engravidar significava para mim desistir do sonho da minha vida. Durante todo o percurso tive consciência que o meu sonho poderia não se concretizar, mas no entanto tinha também a certeza que não queria, um dia mais tarde, olhar para trás e arrepender-me de não ter tentado. Eu queria olhar para trás e ver que fiz TUDO o que estava ao meu alcance para o realizar. Só assim poderia viver em paz comigo própria e com quem me acompanha pela vida.
Meti então pés ao caminho e fiz uma terceira ICSI que nem ilusões nos permitiu ter: apesar do Utrogestan, nem um dia o período se atrasou. Na quarta ICSI (hiper estimulada) a única coisa positiva foi termos pela primeira vez conseguido congelar três blastocistos!
Quando transferimos estes “congeladitos”, um deles campeão, não tínhamos muita esperança numa gravidez. Sabíamos que as percentagens de sucesso eram bem menores nestes casos e por isso mesmo estive sempre muito tranquila na minha espera. À medida que se aproximava o “dia Beta” a ansiedade ia aumentando devagarinho, até porque, para além de não ter indícios de menstruação, achava eu que tinha sintomas de gravidez. Era o peito dorido, os mamilos mais escuros, os cheiros que me incomodavam, uma ou outra tontura… Convenci-me que estava grávida! Fui fazer a análise e pedi por tudo para que ma entregassem às duas da tarde porque não ia aguentar muito mais tempo. Pouco passava das duas quando o meu marido me telefonou a dizer que afinal a análise só estaria pronta às cinco. O que eu não sabia é que o resultado tinha sido negativo e que ele obrigou o laboratório a fazer uma contra-análise porque só se podiam ter enganado. Se eu estava grávida o resultado não podia ser aquele… Quando depois das cinco, ele entrou em casa, chorámos os dois convulsivamente até esgotarmos todas as lágrimas.
Quando na quinta ICSI o resultado foi novamente negativo estive muito perto de desistir. Fui invadida por uma enorme frustração que me sufocava. Não por mais uma vez não estar grávida, nem por ter que fazer tratamentos se queria engravidar, nem por ser o meu décimo terceiro tratamento, nem por nada do que passei e continuava a passar. O que me esmagava era não saber o porquê. Se estava tudo sempre tão bem porque é que o meu positivo não chegava?? Estava cansada de lutar contra o monstro invisível da infertilidade. Sentia que me faltavam as forças para continuar...
Decidi tirar mais umas férias de tratamentos. De vez em quando era preciso voltar a ter uma vida normal.

Quando me senti preparada para avançar para mais um tratamento, o décimo quarto, pedi ao meu médico assistente para voltar a repetir alguns exames. Queria ter a certeza que continuava fisicamente bem ao fim de três anos e tal de tratamentos em regime intensivo. Foi o melhor que fiz. Na histeroscopia descobriram-me um mioma no canal cervical, mesmo perto do colo do útero, que, nas palavras do médico, não era impeditivo de gravidez, mas, pelo sim pelo não, achava que era melhor que eu fosse operada.
Fui então internada e o mioma foi retirado. Aguardei 2 meses e parti para a sexta ICSI cheia de esperança.

Foi então que o meu sonho tomou forma. O meu positivo chegou com números expressivos. Eu estava finalmente grávida e o mundo ficou, de repente, ainda mais bonito.
É uma sensação tão plena que é impossível de descrever…

Quando o Francisco nasceu, depois de uma gravidez tranquila, eu chorei primeiro de alívio e só depois de felicidade. Não descansei enquanto não ouvi os seus primeiros vagidos, enquanto não tive a certeza que o meu menino estava bem e cheio de vontade de viver!
Este bebé é de todos aqueles que acreditaram nele. É dos médicos que me incentivaram, é dos biólogos que me ensinaram a acreditar sempre, é todos aqueles que sempre tiveram uma palavra amiga. E é muito de todas as minhas amigas, reais e virtuais, que sempre estiveram ao meu lado a darem-me força quando eu precisei, que me ajudaram a limpar as lágrimas quando elas caíam e que se riram comigo à gargalhada tantas vezes!

Hoje, ao olhar para trás, apesar de ter muitas vezes fraquejado, digo que passava por tudo de novo. Ter este meu filho em casa, após cinco longos anos de espera, faz com que tudo o que passou se esqueça!

A todos os que lerem este meu testemunho, gostava de deixar uma palavra de força e de esperança. Gosto de pensar que o céu está cheio de pequenas estrelas que Deus nos vai enviando devagarinho. Só que há umas estrelinhas mais especiais, das quais Ele gosta tanto que Lhe custa separar-se delas. Essas, são as que um dia vos vão chamar MÃE.

Por Joana Rebelo Reis (HOPE)


Fi

terça-feira, 23 de junho de 2009

“Para que, se morrermos, não morramos estúpidos:

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma cor nova e não fala com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro ao invés do branco e os pingos nos iis a um redemoinho de emoções, exactamente o que resgata o brilho nos olhos, o sorriso nos lábios e o coração aos tropeços...

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.

Morre lentamente quem não viaja, não lê, quem não ouve música, quem não encontra a graça em si mesmo.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte, ou da chuva incessante.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, nunca pergunta sobre um assunto que desconhece e nem responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em pequenas porções, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o ar que respiramos.

Somente com infinita paciência conseguiremos a verdadeira felicidade.”

Pablo Neruda


Este texto já me acompanha há alguns anos..

Cat